Cartas, Artigos, Documentos


 
Uma história que vale ser aprofundada e que vem sendo motivo de reflexão pelas próprias protagonistas, tanto através dos movimentos políticos de mulheres como também pelos movimentos feministas da sociedade civil.

Dificuldades: Fazer com que o partido invista na formação de quadros feministas.

"Uma comissão de mulheres dentro do partido é organizada através da escolha de mulheres engajadas no trabalho da construção da igualdade. A mobilização se dá pelo envolvimento de cada mulher com os temas propostos pela Sociedade Civil. Essa deve ter relação com a agenda feminista como um todo"

"Fazer com que a sociedade reconheça nas mulheres, capacidade de inserção na sociedade civil organizada, “É fundamental que o movimento de mulheres seja forte não apenas no partido, mas principalmente na sua visibilidade social”.

Facilidades: Observar a garra das mulheres pedetistas e a necessidade que sentem da capacidade de se incorporarem.

Todos os apontamentos de Miguelina Vercchio, vão de encontro da construção de ações e oportunidades desenvolvidas pelas Mulheres da AMT-PDT/BH que tem sua valorização nas execuções em BH.

Parabéns Miguelina! Juntas vamos construir uma sociedade mais consciente, justa e despida de preconceitos morais, pessoas, técnicos e principalmente de gênero.

Somos Mulheres de BH! Somos 12!!!


Carta de solidariedade à luta das mulheres do mundo
11 fevereiro 2011

Neste ano em que o Forum Social Mundial, depois do Mali em 2006 e do Kenya em 2007, se junta pela 3ª vez aos povos de África, nós, as mulheres de diferentes partes do mundo, reunidas em Dacar, conscientes de que a união das forças poderá com o tempo provocar uma mudança, reafirmámos a nossa solidariedade e admiração pelas lutas das mulheres Senegalesas, das mulheres africanas e de todas mulheres do mundo. As suas lutas, conjuntamente com as lutas de todos os homens e mulheres, reforçam a resistência levada por todo lado contra o sistema capitalista e patriarcal globalizado.

Nos dias de hoje atravessámos sempre as mesmas crises mundiais – econômica, alimentar, ecológica e social – e constatámos com inquietude que essas crises perduram e se aprofundam. Reformulámos aqui a nossa análise segundo a qual essas crises não estão isoladas mas sim são a expressão da crise do modelo caracterisado pela super exploração do trabalho e do meio ambiente, e pela especulação financeira da economia. Por isso, nós as mulheres, continuamos a dizer que é preciso mudar esse modelo de sociedade, este modelo económico, este modelo de produção e de consumo que provoca uma pobreza ainda maior para nossos povos, e em particular para as mulheres.

Nós as mulheres, engajadas ao respeito e à defesa dos princípios de justiça, de paz e de solidariedade, temos necessidade de avançar na criação de alternativas face à essas crises: todavia as respostas paliativas baseadas na lógica do mercado não nos interessam. Não podemos aceitar que as tentativas de manter o sistema actual no seu lugar, sejam feitas a custa das mulheres.

Neste contexto, dizemos não a intolerância e a perseguição da diversidade sexual e às práticas culturais que lesionam a saúde, o corpo e a alma das mulheres.
Condenámos todas violências feitas às mulheres, em particular os “femicídios”, o tráfico de mulheres, a prostituição forçada, as violências físicas, o assédio sexual, as mutilações genitais, os casamentos prematuros, os casamentos forçados, o estupro, o estupro utilizado como arma sistemática de guerra, e a impunidade daqueles que cometem esses actos de horror contra as mulheres.

Dizemos não ainda, àquela sociedade que viola os direitos das mulheres não lhes permitindo o acesso aos recursos, à terra, ao crédito, ao emprego em condições dignas, onde o capital para se reproduzir torna precários os empregos das mulheres.

Condenamos o açambarcamento e a colonização das terras das camponesas e dos camponeses, quaisquer que sejam as formas, pelos Estados ou por empresas transnacionais, e condenamos as culturas transgênicas, que prejudicam a biodiversidade e a vida.

Dizemos não à corrida armementista e nuclear, que é feita em detrimento do investimento dos estados nos programas sociais, sanitários e educativos.

Condenamos a sociedade que nega às mulheres o acesso ao conhecimento e à educação, onde as mulheres são marginalisadas e descriminadas na tomada de decisões.

Dizemos não aos conflitos armados e às guerras e as ocupações. Dizemos SIM a paz justa para os povos oprimidos.

Face a tudo isso, propomos reforçar nossas lutas para que os nossos países tenham sua soberania econômica, política e cultural face às instituições financeiras internacionais. Queremos a anulação das dívidas externas e ilegítimas e uma auditoria cidadã que permita aos povos de obterem reparação: as mulheres não devem nada, elas são as primeiras credoras das dívidas externas. Pedimos também aplicação efetiva da taxa Tobin.

Revindicamos a soberania alimentar dos povos e o consumo de produtos locais, a utilização de nossas sementes tradicionais, e acesso das mulheres à terra e aos recursos produtivos.

Queremos um mundo onde os homens e as mulheres tenham os mesmos direitos, as mesmas oportunidades no acesso ao conhecimento, à escolarização, à alfabetização e à educação e às tomadas de decisões, e os mesmos direitos ao trabalho e ao salário justo.

Pretendemos um mundo onde os Estados invistam na saúde das mulheres e dos nossos filhos, em particular na saúde materna.

Pedimos a ratificação e aplicação efectiva de todas as convenções internacionais, em particular a convenção 156 e a convenção 183 da OIT.

Queremos a democratização da comunicação e do acesso à informação.

Estamos solidárias com as mulheres palestinianas por um Estado Palestiniano democrático, independente, soberano, Jerusalém como a capital, e o regresso dos refugiados de acordo com a resolução 194 das Nações Unidas.

Estamos solidárias com as mulheres de Casamance pelo regressso à paz.

Estamos a favor da luta dos povos na Tunísia e no Egipto pela democrácia.

Com as mulheres da República Democrática do Congo  pelo fim do conflito.

Com as mulheres Kurdas, por uma sociedade democrática, ecológica, livre e igualitária entre as mulheres e os homens, e onde exista o direito de utilisar a sua língua materna na educação.

Estamos solidárias com o direito à autodeterminação das mulheres Saharaui, em conformidade com a resolução das Nações Unidas, e por encontrar uma solução pacífica segundo a Carta do Forum Social Magrebino.

Estamos solidárias com todas mulheres víctimas de catastrofes naturais, como Haïti, o Brasil, o Paquistão, Australia ...

Estamos solidárias com os milhões de mulheres e crianças refugiadas e deslocadas. Apelámos o regresso à sua terra e à liberdade de circulação.

Propomos a criação de redes de alertas e de informações para as mulheres que se encontram em zonas de conflito ou ocupação. Propómos o dia 30 de Março como o dia de solidariedade internacional com o povo Palestino e chamamos ao boicote dos produtos provenientes de ocupantes israelitas. Apelámos à realização de um Forum internacional de solidariedade pela luta do povo Palestiniano em 2012.

Reconhecemos todos os esforços de todas as mulheres do mundo e nos identificamos com as suas revendicações: O que lhe passa a uma de nós,  passa-nos a nós todas. É por isso que devemos lutar todas juntas.

Dakar, 11 de Fevereiro de 2011.

Organizações Assinantes:

A Marcha Mundial das Mulheres
La Via Campesina
A Federação Democrática Internacional das Mulheres (FDIM)
Articulação Feminista MARCOSUR
IFWF -International Free Women Foudation
WILDAF – Senegal (Women in Law and Development in Africa)
AWID
CADTM- (Comité pela Anulação da Divida do Terceiro Mundo)
WIDE
Organização Continental Latino-Américana dos Estudantes (OCLAE)
UBM – União Brasileira das Mulheres
CEBRAPAZ
CTB
CUT (Brasil)
AMB- Articulação de Mulheres Brasileiras
Democratic Women Freedom Movement “DOKH”
Kurdish Women Peace Office
Women Center UTAMARA
Coordinacion de Mujeres del Paraguay CMP
Isis International
La Red de Mujeres de AMARC (AMARC-RIM/AMARC-RIF/AMARC-WIN).
Fonte: http://www.forumsocialmundial.org.br/

6 comentários:

  1. Esta Miguelina não é fraca não. Parabéns presidenta esta no caminho certo, estou mais tranquila tendo voce nos representando. Abraços Lucia Miranda

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  2. E ai Miguelina, vai ficar de braços cruzados? Nao acho que vai decepcionar nos mulheres, agora que a coisa tava acontecendo,Vai fazer nada não? E ai PDT, vão se calar também? Ah já sei, gostam de quem não faz nada ne? Quem trabalha sério não serve. é isto mesmo? to esperando pra ver o que vai acontecer, e os eleitores também. a resposta vira nas urnas ai quero ver...

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  3. Miguelina sou sua fã, isto é só discurso ou na pratica tem efeito? Tenho visto muitos de seus feitos e agora estou aconpanhando os feitos da AMT-BH que só tem inaltecido nos mulheres. Espero que nada disso pare. Bjim Cecilia Helena Zambroni. Bjim pro ce também Rose...to gostando de tudo me sentindo valorizada

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  4. É isso ai AMTBH, tem muitos que dizem ser profissionais da comunicação, mas na hora de mostar, faz estes fiascos. Só resta lamentar, copiar e colar é bem mais facil do que criar, pensar e externar os pensamentos, coisa de gente sem expressão.

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  5. Desculpe meninas, mas sobre a materia "Rafinha" postado por outro blog rsrsrssr,faltou foi talento daquele que se diz profissional da area.Mas é isso ai , por isso a importancia da escolha.

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  6. Amadorismo em cena, "Rafinha" matéria deve ter o respeito para os não adultos, que exemplo feio, é assim que quer fazer adptos, como confiar num movimento se não existe respeito com nossos filhos e jovens?

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